quarta-feira, 26 de setembro de 2007

* Múltipla Dança - Mostra de Videodança

MOSTRA DE VÍDEODANÇA
3 de outubro – 14:00h – Teatro SESC Prainha

Quatro

FF

Sensações Contrárias
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* Programação:

Sobre Formas de Instabilidade (3’, Michelle Moura, Elisabeth Finger e Stéphany Mattanó em colaboração com Couve-Flor Minicomunidade Artística Mundial, Curitiba/PR, 2006)

Quatro (10´, Grupo de dança Potlach, Concepção e direção: Idamara Freire, Florianópolis/SC, 2005)

Sensações Contrárias (5’, Amadeu Alban, Jorge Alencar e Matheus Rocha, Rumos Itáu Cultural Dança, 2007)

FF (5’, Karenina de Los Santos, Letícia Nabuco, Marcello Stroppa e Tatiana Gentile, Rumos Itáu Cultural Dança, 2007)

Jornada ao Umbigo do Mundo (5’, Alex Cassal, Alice Ripoll e Theo Dubeux, Rumos Itáu Cultural Dança, 2007)

Fora de Campo (5’, Claudia Muller e Valeria Valenzuela, Rumos Itáu Cultural Dança, 2007)

Passagem (5’, Celina Portella e Elisa Pessoa Rumos, Rumos Itáu Cultural Dança, 2007)

Living Colors (3’, Direção: Guillaume Le Grontec, Coreografia: Stephanie Batten Bland, França, 2006. Classificação etária: 14 anos)

9mn (9’, Direção: François Deneulin, Coreografia: Annabelle Bonnery, França, 2006)

I wanna be like her (6’, Direção: Marc Joseph Sigaud, Coreografia: Marc Joseph Sigaud, França, 2005)

Atsubia (4’, Direção: Guillaume Le Grontec, Coreografia: Stephanie Batten Bland, França, 2007)

34th St. NYC (3’, Direção: Guillaume Le Grontec, Coreografia: Stephanie Batten Bland, França, 2005)

La Madâ’a (26’, Direção: Benjamin Silvestre, Coreografia: Hela Fattoumi e Eric Lamoureux, França, 2006)

Emerge (9’, Direção: Stéphane Broc, Coreografia: Mauso Paccagnella, Ayden Parolin e Benaji Mohammed, França, 2006)

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SINOPSES

* Quatro
(Grupo de dança Potlach, Florianópolis-SC, 2005)
Interpretes-Criadores: Ana Carolina Pereira, Antônio Saretto
Carlos Domingos, Diana Gilardenghi, Fabio Silveira, Ione Bendo,
Juliana Padilha e Taís Rodrigues.
Concepção e Direção: Idamara Freire

Projeto de Pesquisa e Extensão de dança para jovens e adultos com cegueira. A coreagrafia Quatro é uma experiência de ensino e apreciação da dança pautada na pesquisa perceptiva sobre o ver e o não ver. Durante o processo de criação os dançarinos em entrevistas relataram sobre suas experiências cotidianas e memórias corporais dos elementos: terra, água, fogo e ar. As seqüências foram compostas com base na improvisação e no contato corporal sobre as quatro qualidades do movimento: condensado, ondulatório, explosivo e sustentado.

Cenário e Iluminação: Lucila Vilela
Consultoria: Jussara Silva e Francisco Cedro
Fotografia e programação visual: Marinas Moros
Trilha Sonora: Idamara Freire e Lucila Vilela
Músicas: Egberto Gismonti: Maria Luiza; Mart´nalia: Novos Tempos (Cláudio Jorge)
Naná Vasconcelos: Afoxé do Nego Véio; Don´s Rollerkates; Curumim; Uakti: Terra.

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* Sobre Formas de Instabilidade
(Michelle Moura, Elisabeth finger e Stéphany Mattanó, em colaboração com Couve-Flor, minicomunidade artística mundial, Curitiba-PR, 2006)
Vídeos produzidos dentro do projeto de pesquisa Couve-Flor Tronco e Membros, selecionado pelo prêmio Klauss Vianna da Funarte e Petrobrás.

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* Sensações Contrárias
(5’, Amadeu Alban, Jorge Alencar e Matheus Rocha, 2007)
O projeto cruza discussões sobre corpo, poder e sexualidade tomando como base conceitos desenvolvidos por Michel Foucault, por meio de dois elementos norteadores: controle e confissão. O discurso se organiza no corpo e na imagem, numa tensão entre o que se revela e o que é cerceado. A idéia de enquadramento da linguagem audiovisual se confunde com a própria metáfora do tolhimento institucionalizado pelo controle social apresentado por esse pensador. O trabalho parte do conceito dos desejos inauditos ou represados, presente na poética da cineasta argentina Lucrecia Martel. A câmera se aproxima dos bailarinos num desejo quase físico de captar seus segredos e sai impotente, pois o segredo sempre persiste. A luz é que permite ver além, chegar mais perto, revelar o encoberto.

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* Fora de Campo
(5’, Cláudia Müller e Valeria Valenzuela, 2007)
O projeto apresenta a idéia de “entregar” dança contemporânea em locais onde ela não é esperada, buscando espaços despercebidos, brechas no cotidiano. A encomenda pressupõe um dançarino que realize o seu ofício, entregando um bem “não-utilitário”, uma mercadoria não usual, cujo consumo está na fruição do espectador. Uma performance nômade que ocupa um espaço-tempo e se dissolve para se re-fazer em outro lugar e momento antes de ser impedida ou rotulada. Por irromper e desaparecer de forma inesperada, ela é invisível, não tem nome ou definição. Uma dança que se importa menos com movimentos concretos e mais com os espaços imaginários abertos no encontro com o espectador-consumidor. O desafio está na reconstrução do acontecimento através do olhar daqueles que o vivenciaram, valendo-se assim das suas recordações e de sua forma de interpretar, reconstruir a observação do outro, a ponto de se tornar desnecessário o acesso à obra em si, pela evidência de que já foi vista e transformada. Uma videodança sobre uma dança que não é filmada, permitindo introduzir o conceito de fora de campo, que, na linguagem cinematográfica, define a ação que tem lugar fora do campo visual da câmera, presente e definível por ser parte do imaginário possível.

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* FF
(5’, Karenina de Los Santos, Letícia Nabuco, Marcello Stroppa e Tatiana Gentile, 2007)
O trabalho surgiu da pesquisa anterior das artistas sobre a continuidade temporal da coreografia mesmo em descontinuidade espacial. Agora, acrescenta-se a fluidez ao questionamento da necessidade da vinculação do tempo ao espaço, buscando assim um resultado que só é possível graças aos recursos da edição de vídeo. A relação entre os intérpretes em constante movimento se dá por meio de uma unidade rítmica que se mantém ao longo do caminho percorrido por eles. Adotando uma estética urbana e contemporânea, o vídeo põe em tela o debate acerca da afinidade possível entre diferentes padrões de corporalidade, utilizando a clara distinção da construção corporal dos intérpretes.

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* Jornada ao Umbigo do Mundo
(5’, Alex Cassal, Alice Ripoll e Theo Dubeux, 2007)
Usando a técnica de stop-motion, o projeto propõe uma subversão de forma e de função do corpo humano. Um grupo de guerreiros mitológicos empreende uma arriscada odisséia por uma paisagem em constante mutação. Estão em movimento ou é o mundo que se move? São protagonistas de suas aventuras ou outros seres os conduzem? Os heróis desta jornada são pequenos brinquedos de criança – bonecos híbridos de homens, animais e monstros – enquanto a paisagem percorrida por eles é formada por corpos humanos nus, aparentemente inertes, misturados para criar um outro ser, este “corpo-ambiente” inexplorado. A perspectiva liliputtiana que a câmera assume e a desconstrução do movimento imposta pelo stop-motion transforma os corpos em matéria quase inorgânica: volume, massa, superfície. Em sua trajetória, estes personagens são esmagados, devorados, desmembrados, irremediavelmente transformados pelo mundo que habitam. Sua aparência híbrida remete à imagem do corpo contemporâneo, atravessado por interferências, influências e referências regidas pelo signo de Proteus - uma das divindades gregas do mar, capaz de tomar a aparência de qualquer animal ou elemento que desejar

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* Passagem
(5’, Celina Portela e Elisa Pessoa, 2007)
A videodança acontece em 5 salas interligadas. Em cada um delas, uma linguagem coreográfica com um ambiente específico se apresenta. Por meio do movimento, o bailarino constrói uma atmosfera e assume um personagem, se relacionando de maneiras distintas com o videomaker. Em cada sala, o “corpo que filma” reencontra o “corpo que dança” de uma nova forma e assume outra postura em relação à imagem. O videomaker faz a transição de um universo a outro, adotando maneiras distintas de utilizar seu olhar. Ele buscará as diferenças (ou as “não-diferenças”) na abordagem do movimento e do espaço, fazendo ou não ligações entre elas. Assim como o bailarino, o videomaker faz um caminho, cria uma ação. O primeiro traduz a idéia de transformação, de mudança e de fragmento. O segundo traduz um caráter condutor, buscando ligação nas fronteiras entre uma idéia e outra.

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